Alternativas incluem adaptar consistência do cardápio e explorar novos temperos.
O processo de envelhecimento traz modificações fisiológicas e psicológicas que influenciam no estado nutricional, podendo provocar deficiências de vitaminas e minerais.
A lista inclui alterações na composição corporal, no sistema imunológico, na mucosa intestinal, na produção de hormônios e no sistema cardiovascular.
“Há ainda redução nas secreções gástricas, possíveis perdas de dentes e doenças da gengiva”, pontua Sandra Cristina Genaro, professora do curso de Nutrição da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).
Contra o problema, o nutricionista pode modificar tanto a consistência como a composição da dieta. “O objetivo será corrigir deficiências nutricionais, melhorar a qualidade de vida e promover práticas alimentares que auxiliem no tratamento de doenças já existentes e previna aquelas que possam surgir”, acrescenta Genaro.
Para ela, tanto o profissional clínico como aquele que atua na indústria e no varejo devem se atentar às singularidades do segmento 60+.
“O alimentos devem ser nutritivos, de fácil digestão e com baixo teor de gorduras. Também devem ser de fácil preparo e manipulação, com informações claras”, lista.
Ela lembra que, além da baixa acuidade visual, tal população pode apresentar alteração de paladar e diminuição de enzimas digestivas. “Isso influencia negativamente no prazer em comer”, justifica.
Cada problema, uma orientação
De acordo com Genaro, as três queixas comuns entre pessoas maiores de 60 anos no consultório do nutricionista são: dificuldade para mastigar, engolir e falta de apetite. O primeiro caso necessita da avaliação de um dentista sobre as condições dos dentes e das próteses dentárias.
“Para dificuldades na deglutição, será necessário adequar a consistência da dieta, utilizando espessantes, caso necessário”, orienta.
Se o problema for causado por secura na boca, indicam-se dieta líquida, gomas de mascar sem açúcar e alimentos azedos e picantes, como o limão. “Eles ajudam a aumentar o fluxo salivar”, afirma a profissional.
“Por sua vez, evite líquidos, sopas e cereais cremosos e grossos, assim como pão e alimentos oleosos”, acrescenta.
Falta de apetite exige calma no momento de se alimentar, mastigação sem pressa e optar por pratos, mesa e ambientes coloridos e agradáveis.
“Coma acompanhado e mais vezes durante o dia, mas em pequenas quantidades. Explore novos temperos, cardápios e reforce o café da manhã, quando a falta de apetite costuma ser menos comum”, ensina Genaro.
“Por fim, vale evitar líquidos antes ou durante as refeições”, completa a profissional.