Sejamos todos feministas

“Não se nasce mulher, torna-se mulher” [Simone de Beauvoir]

Quando Simone de Beauvoir afirma que “não se nasce mulher, torna-se mulher” ela retrata a maneira como a palavra “homem” se refere a toda humanidade, enquanto a mulher representa apenas a condição feminina e não toda a humanidade. Pode parecer apenas uma questão linguística, mas sabemos que na prática não é bem assim.

Temos um caminho social, cultural e político bem longo para que a mulher seja reconhecida e tratada com equidade na sociedade, e para ampliar nosso olhar convidamos mulheres para contar como elas enxergam o dia internacional da mulher e quem são as mulheres que as inspiram:

“Antigamente as mulheres viviam sob o julgo dos homens. Não apenas dos seus maridos, mas de todos os homens em geral. Eles se achavam melhores do que a gente. E hoje está mais do que provado que não apenas somos iguais a eles, como podemos ser melhores. Então, a importância de ter um dia para celebrar e registrar a luta das mulheres é mostrar que nós somos capazes. Comecei o meu negócio quando fiquei viúva. E há vinte anos, o meu trabalho é uma grande parcela do que me mantém ativa e independente. Eu nem sei como estaria neste momento se não tivesse a Santa Caçarola. Eu estaria sozinha e isolada em casa. Então, considero que meus clientes são meus amigos. Gosto demais de todos eles, inclusive daqueles que não conheço pessoalmente. A mulher que tem seu trabalho, não fica sozinha. Ela conquista junto uma rede de apoio. Nós merecemos ser lembradas todos os dias.

Apesar de admirar a vida de várias mulheres diferentes, me sinto muito autêntica – sem falsa modéstia. Mas logo me veio a lembrança da minha mãe, Ilydia Martins Motta. Recordei o tanto que ela era guerreira, o tanto que lutou pelos filhos. Ela era de uma família muito simples de imigrantes e não teve a oportunidade de estudar. Mas era uma mulher de fé e força profundas. Ela sempre fez questão de que participássemos de tudo e de que tivéssemos o melhor possível. Ela me ensinou a ter respeito e dedicação. E é justamente isso que eu tentei passar para os meus filhos e acho que, até hoje, estou conseguindo. E agora, espero transmitir esses mesmos valores para os meus netos.”

“Aconteça o que acontecer, continuaremos mostrando ao mundo que somos a grande força do amor, do colo, do abraço, da compaixão. Cora Coralina me inspira: adoçava o mundo com doces e poesia.”

“Eu acho uma pena que este dia ainda precise ser lembrado em pleno ano de 2021. Significa que ainda não existem os mesmos direitos, reconhecimento e a igualdade merecidos às mulheres que atuam nas mais diversas áreas. Ainda temos um bom caminho pela frente para que não precisemos chamar a atenção da sociedade sobre este dia.

Luiza Trajano me inspira, não só como uma empresária de sucesso, mas como ser humano e uma verdadeira patriota.”

“O Dia Internacional da Mulher é importante para celebrar as conquistas e lembrar que ainda temos muito para caminhar nas mais diversas áreas, sendo mulher e com mais de 60. As mulheres que me inspiram são minha mãe e a Marisa Orth pela sua autenticidade”

“O Dia Internacional da Mulher é importante pois mostra que precisamos avançar em muitos pontos de igualdade. Jamais esmorecer! É um alerta constante para nossa paridade.

A mulher que me inspira são as cariocas moradoras de comunidade que são heroínas de sua própria história, driblando as adversidades que brotam de todos os lados. Sempre que me sinto vulnerável e abatida me lembro dessas guerreiras anônimas.”

E para refletirmos mais sobre a importância da data de hoje, convidamos todos para assistir o TEDx da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre diferentes formas de trazer igualdade dos gêneros.