O entendimento e conscientização sobre o etarismo e suas consequências são fundamentais para uma mudança de comportamento coletiva e efetiva.
Etarismo, também conhecido como “Ageism”, é um termo utilizado para definir o preconceito e intolerância etários, sendo mais comum durante o envelhecimento. Usar como critério a idade para definir, de forma discriminatória, a independência, mobilidade, produtividade e capacidade intelectual na maturidade, além de desrespeitoso, acaba por enraizar um comportamento coletivo que normaliza a desigualdade de oportunidades e equipara, erroneamente, possíveis limitações com incapacidade. E esse tipo de “senso comum” é visto frequentemente nas famílias, no mercado de trabalho e no dia a dia sem ser questionado.
A representatividade marcada pela ausência
Um dos veículos que mais contribuem para a normalização do etarismo é a publicidade. No livro “Conecta 60+ Uma Reflexão Sobre o Envelhecimento Ativo” discutimos esse tema após mapearmos a figura do público maduro nas campanhas publicitárias e como público-alvo das marcas, pois fica muito evidente que ele não está sendo representado como ele realmente é, e quando se usa a imagem do idoso, ela é alegórica, estereotipada e dificilmente cria algum tipo de vínculo.
Se negamos o envelhecimento, muitas vezes acabamos por subestimar a maturidade
São diversos fatores que influenciam na mudança de comportamento social, cultural e político que levam ao combate ao Etarismo. O entendimento sobre o processo de envelhecimento entre as gerações é de extrema importância, já que não é possível provocar mudanças apenas dentro do grupo 60+, é preciso que as pessoas, independente de suas idades, tenham conhecimento e conscientização do que é e quais as consequências do etarismo no ambiente de trabalho, dentro de casa e nas relações de amizade e familiar.
A implantação de um programa de Diversidade Etária nas empresas é fundamental para que se use a informação para a transformação, pois vai muito além de cumprir direitos sociais previstos em lei, já que promove a prática efetiva dos pilares do Envelhecimento Ativo. Campanhas públicas de educação e conscientização sobre o etarismo também são fundamentais para promover uma discussão coletiva. A atualização das agências e profissionais de marketing é um fator de urgência no mercado publicitário. Introduzir o Envelhecimento Ativo na programação escolar e de maneira mais específica nas graduações, considerando seus respectivos segmentos e categorias, é vital para que a formação social desse estudante impacte no futuro profissional que ele vai se tornar. E a maneira mais fácil e simples de combater o etarismo é o respeito e a inclusão social do idoso entre as gerações.